quarta-feira, 26 de maio de 2010

"ÃO ÃO ÃO, PEITINHO É TRADIÇÃO!"

Como nos versos do velho Tom, em março o céu desabou em Seropédica – na verdade isso aconteceu em todo o Estado do Rio, mas como eu não sou jornalista e possivelmente você acompanhou toda aquela saga para salvar o pessoal do morro do Bumba, vou me concentrar nos acontecimentos menos funestos – para nos despedir dos famosos, esperados e quentes dias de verão.
Com toda aquela água caindo mais que a audiência do SBT (a salvo os horários em que o Chaves dá as caras), ficamos sem luz no meio da noite e foi então que eu presenciei um fato incrível!

- Para maiores informações quanto ao sentido literal de “incrível”, vide: http://www.google.com.br/search?sourceid=chrome&ie=UTF-8&q=define:+incrível.
Antes de continuar, faz-se necessário uma breve apresentação dos meus colegas-de-quarto: Dudu, carinhosamente chamado de Gordo (por motivos óbvios), é graduando em Engenharia Química também, ingressou em 2002 e está no 17º período. O outro é o Gustavo, 2º período de Educação Física, dorme o dia inteiro, o que faz com que não seja muito sociável. É chamado secretamente de Horizontal, pois é a posição em que mais é visto (sempre deitado), e de Michael Jackson pela infeliz semelhança facial.
Muito bem, apresentações devidamente feitas, retornemos à nossa história!
Por sorte eu já havia tomado banho quando faltou luz e estava no quarto com o Gordo, o Horizontal e a namorada dele (que também faz Educação Física) quando começamos a ouvir uma gritaria louca, histeria total. Quando eu ia perguntar o que era aquilo, o Dudu disse: “Hum... Peitinho... já tem um tempo desde o último”. Eu, curioso e inocente, imaginei tanta coisa que preferi nem perguntar (aliás, eu deixo de perguntar muita coisa para evitar problemas). Mal o Gordo acabou de falar o telefone dele tocou:
- Alô? Fala minha querida! Tá tendo mesmo? Sabia! Aham... Vou levar o Guto, me encontra no corredor. Tchau!
E Gordo soltou uma risada e disse: “Bora, Guto, coloca um casaco e pega a chave”.
Enquanto isso os gritos continuavam, mas agora com acréscimos de tambores, palmas e apitos, o que me fez ter uma certa segurança em ir com o Gordo, pois o que quer estivesse acontecendo, era “público” e não “particular”.
No corredor encontramos duas meninas (uma sei que é a Flávia, também da Eng. Qui., senão me engano é da turma do Gordo, mas a outra eu nem lembro o nome, só sei que era da Veterinária e morava junto com essa Flávia) e continuamos o caminho por uma fogueira atrás do F1, passando pelo Erva Doce (um “restaurante” de comida natural freqüentado pela turma de cabelos exóticos) até sair na Praça da Alegria.
Caminhamos mais um pouco até chegarmos em frente ao F4 e foi então que eu fui entender o que era o Peitinho. Enquanto os rapazes faziam o coro “Ão ão ão, peitinho é tradição!” repetidas vezes, as meninas tampavam as janelas dos quartos com um lençol branco e colocavam algum tipo de fonte de luz (lanterna, vela, celular...) atrás delas e ficavam brincando lá enquanto suas imagens eram projetadas no lençol levando a marmanjada ao delírio total! Me senti em Vegas...
Os mais eufóricos eram os nordestinos, acho que porque... porque... bom, não sei ao certo o porquê. No mais, foi uma das coisas mais engraçadas que já vi naquela Universidade. Até que vale a pena assistir, você ri até doer a barriga!
Quando acabou o Peitinho ficamos por lá pela praça conversando um pouco até a audiência do SBT, ou melhor, até a chuva voltar a cair.

Para os mais incrédulos e curiosos, este link testifica minhas palavras: http://www.youtube.com/watch?v=P2bEBQUFAiw&feature=related. Trata-se de um vídeo filmado por umas meninas que participaram do Peitinho. Como não tinha luz, não dá pra ver nada, só ouvir.

“See you in anotha life, brotha!”

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4 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Gostei muito desse post.
O vídeo e super engraçado.
Bjs, Clarinha.

29 de maio de 2010 às 14:38
Anônimo disse...

Deveria escrever um livro !!!

Bjs
Cris

5 de junho de 2010 às 08:57
Dante Pincelli O velho disse...

Concordo com a/o Cris, deveria escrever um livro, sua narrativa é excelente e tem aquele negocinho que prende o leitor e aviva a curiosidade...
Me senti com 22 anos.
Tempos de UERJ, sem alojamento, estas aventuras , eu vivia no aló da UFRJ onde minha namorada , a Riva (que depois viria a ser minha mulher,lembra dela?) morava.
ahahahahah
Muito divertido o seu texto.

3 de fevereiro de 2011 às 11:05

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