sexta-feira, 7 de maio de 2010

O Vizinho da Besta (ou... Como Eu Deixei de Me Preocupar Com as Ameaças Microbianas)

Nascemos, crescemos, brigamos com nossos pais, nos apaixonamos, sofremos, sorrimos, nos esforçamos, nos superamos, desistimos, conquistamos, vencemos, perdemos, encontramos um grande amor e viramos nossos pais. Então nos surpreendemos, nos decepcionamos, temos idéias fantásticas, envelhecemos, vemos nossos filhos se transformarem em nós e estes nos mostram como é possível reiventar a vida. Por fim, chegamos ao fim, que talvez não seja o fim, mas apenas o começo.
Enfim, viver é um processo, assim como adaptar-se. E é justamente aqui que saem as novidades e entra o cotidiano, que pode ser tão bom ou ainda melhor que o novo.


Os alojamentos da Rural, pra quem não conhece ou imagina, são mais ou menos assim:

São 6 prédios, cada um com três andares e cada andar com um banheiro (isso mesmo, um banheiro para todos do andar). Em cinco dos seis prédios os Quartos são formados por três ambientes: dois quartos propriamente ditos com uma cozinha no meio. Apenas no M6 (ah sim, os prédios são entitulados com um "M" de masculino e um número que segue a ordem de posicionamento) que o Quarto tem somente um ambiente. Por conta disso, há muito mais quartos que nos outros prédios, pois enquanto nos outros há 1 quarto, no M6 há 3.

O nome do quarto é formado por uma combinação de 3 números que dizem qual o prédio e a numeração normal do quarto. O quarto 666 por exemplo é o 66º quarto do M6. Inclusive, somos vizinhos, pois ocupo o quarto 607. Na verdade somos de andares diferentes (ufa...), sou do 1º enquanto O Quarto da Besta fica no 3º.

Ainda estou aos poucos conhecendo as pessoas do meu andar, mas já é possível perceber algumas tendências, como a localização de grupos ao longo do corredor. Há quartos tanto à direita quanto à esquerda do corredor (o banheiro fica no meio do corredor, à direita) e pelo que pude perceber, é mais ou menos assim que as pessoas se distribuem:
1. Os primeiros quartos são ocupados pela turma do norte, que moram lá efetivamente (não preciso explicar que não dá pra ficar indo pra casa todo fim de semana, né?);
2. Os seguintes são uma turma que é chegada num Hard Rock tipo Guns N'Roses (na sexta passada mesmo "ouvimos" um solo de meia hora do Slash...);
3. Daí chega o 607 - o meu - que, juntamente com o 608 e o 609, possui uma característica singular: Não possui vizinho de frente! É porque estes três quartos ficam próximos ao banheiro, então onde haveria um quarto na frente, há a parede do banheiro (isso no caso do 607 e do 609, já o 608 é literalmente na frente do banheiro, o que por vezes pode ser meio desagradável...);
4. Do 609 pra lá fica uma galera mais natural, que preza o fruto da terra e o som de Bob. Gente boa, tranquila e de cabelos exóticos.

É com essa galera toda que dividimos o vizinho-da-frente-do-608, vulgo banheiro.
Confesso que no começo foi preciso fé, coragem e a lembrança de que a Força sempre estaria comigo. Mas depois que vi que a aparência do pessoal não é das piores e que a comida do Bandejão possui os agentes necessários para a sobrevivência e prevenção de doenças, deixei de preocupar com alguns micróbios, germes e semelhantes que, eventualmente, poderia encontrar no dia-a-dia. Apesar da consciência, eu continuo tomando banho de chinelo... Já até deixei um tênis lá caso o chinelo arrebente, até porque sem banho não dá pra ficar, né?

Até a próxima e "Que a Força esteja com você" (também) !

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3 comentários:

Priscilla disse...

Você se vicia facilmente, agora é Star Wars, rs

11 de maio de 2010 às 09:13
Pr. Mauro disse...

Já passei por esta experiência quando fui interno no Seminário Batista do Sul, na Tijuca.
Lá o prédio dos primeiranistas era chamado de "Navio Negreiro" (e aí vc já pode imaginar as condições...)

Um abraço

Pr. mauro

11 de maio de 2010 às 11:08
Dante Pincelli O velho disse...

Esta narrativa pede uma continuação, pense nisso!

3 de fevereiro de 2011 às 11:15

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